TÉCNICAS DE REDAÇÃO
Prof. Luiz Maciel (LULA)
3º A, B (Mat.) e 3º A. (vesp.)
Os textos a seguir abordam o
tema da prática do rolezinho em shopping-centers. Tomando-os como apoio, redija
os gêneros textuais solicitados.
TEXTO 1
Rolezinho é a ocupação de um templo
de consumo
Rosana Pinheiro-Machado*
O
rolezinho é a ocupação de um templo de consumo. O objetivo é justamente o
consumo. Tudo começou como distração e diversão: se arrumar, sair, se vestir
bem. Existe toda uma relação com as marcas e com o consumo, num processo de
afirmação social e apropriação de espaços urbanos.
Os
lojistas e os frequentadores de shoppings se sentem ameaçados porque o shopping
sempre foi uma redoma, um lugar das elites e das camadas médias. De repente,
essa paz e essa fronteira foram abaladas e, no fundo, se teme ver o que antes
não se via: a periferia negra, a pobreza e a desigualdade.
A
proibição dos rolezinhos por parte dos administradores de shoppings é uma
atitude completamente errada.
Como
estabelecer critérios que não sejam preconceituosos? Não se pode negar o
direito de ir e vir. Será que, se diversos jovens das elites brancas marcassem
encontro, algum shopping iria proibir? Isso é apartheid.
A
atitude da Polícia Militar também não é correta quando usa a força policial e a
violência para agir contra os mais fracos. Não se pode agir com brutalidade,
pois trata-se de um movimento social. De modo geral, existe um rancor, não
apenas da Polícia, mas de grande parte da sociedade brasileira.
Embora muitos acreditem que os rolezinhos
podem acabar em arrastões e violência, esse movimento está se tornando cada vez
mais político como forma de protesto e ocupação de espaço. Os jovens da
periferia sempre foram a shoppings e nunca assaltaram.
*Rosana Pinheiro-Machado é antropóloga e professora da
Universidade de Oxford, na Inglaterra.
TEXTO
2
Tal como são, os ‘rolezinhos’ atentam
contra direitos coletivos
Mauro Rodrigues
Penteado*
Por mais
que nos solidarizemos com nossa juventude humilde que busca espaços para se
relacionar e dar vazão ao seu amor e alegria, não é possível apoiá-la nessa
onda recente de ‘rolezinhos’ marcados em shopping-centers e outros locais
privados com destinação específica.
É
triste a ausência de opção de lazer para nossos jovens de camadas mais pobres.
No entanto, os ‘rolezinhos’, tal como vêm sendo marcados, atentam contra os
direitos individuais e coletivos assegurados pela Constituição Federal. Isso
sem falar no direito também constitucionalmente garantido à propriedade e à
livre iniciativa. Daí porque estão corretas as liminares concedidas pelo
Judiciário aos shoppings, as quais estabeleceram multas aos participantes.
Os
shoppings são empreendimentos privados abertos ao público especificamente para
compras, lazer, diversão, passeio. A maioria deles tem cinemas e praças de
alimentação. Nenhum deles tem ainda uma praça de ‘rolezinho’, modalidade de
diversão muitas vezes conturbada, promovida por jovens infratores. Essa
atividade fere o legítimo direito de pais, mães e filhos a um lazer sossegado e
seguro que se crê encontrar no ambiente privado e protegido dos shoppings.
Se o
poder público não disponibiliza, como deveria, espaços próprios para o saudável
congraçamento e encontro entre jovens, nem por isso os brilhantes moços que os
organizam deixam de ter alternativas interessantes. E todas elas são garantidas
pela Constituição.
A lei garante que “todos podem
reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, bastando prévio aviso à autoridade”. Ora, por
que não fazer uns ‘rolezinhos’ no sambódromo ou em outros locais públicos? Os
convocados pela internet não vão faltar. Meninos e meninas levam o som,
comidinhas e bebidinhas (sem álcool, de preferência, senão tumultua e nem
namoro acontece). Aí a festa ‘rola’ de forma
‘legal’, no duplo sentido. Juridicamente, basta os organizadores
enviarem cópia da convocação à Prefeitura e à Secretaria de Segurança.
*Mauro Rodrigues Penteado é advogado, árbitro e professor de
direito comercial da USP.
GÊNERO
TEXTUAL 1 – RESUMO
Considere a seguinte
situação: você foi escolhido para apresentar resumidamente para sua classe os
argumentos pró e contra os rolezinhos. Redija, portanto, um resumo, em até 15
linhas, que exponha os argumentos utilizados pelos autores de cada texto para justificar
o posicionamento deles em relação ao tema prática do rolezinho em
shopping-centers.
Na condição de
frequentador/cliente de shopping-centers, redija um texto, em até quinze
linhas, no qual você manifeste sua opinião a favor ou contra a prática do
rolezinho nesses tipos de estabelecimento.
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