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domingo, 17 de maio de 2020

ATIVIDADE 2º A e B VESPERTINO - PROF CAMILA


Olá, pessoal!
Alguns alunos enviaram suas produções por e-mail; fico grata e feliz por isso! Vamos tentando praticar para não perder o costume e retornar nossas atividades da melhor maneira possível!
Percebi uma dificuldade geral nas produções: a utilização de referências, a fim de expor os conhecimentos que o aluno possui sobre determinado assunto.
Para o corretor da sua redação é de extrema importância que você exponha o que sabe (além do que foi dito nos textos norteadores encontrados na avaliação do ENEM), e logo de cara, na sua introdução, você deve mostrar seu conhecimento de mundo relacionado ao tema.
Desta forma, é muito importante que vocês busquem expandir seus conhecimentos através da leitura, das pesquisas, dos filmes e séries, documentários, dentre outros meios seguros de informação. Estando bem informado, possuindo uma “bagagem” teórica, o indivíduo consegue estabelecer relações pertinentes com mais facilidade; afinal, escrever sobre algo que entendemos é muito melhor!
Então, vamos compreender o que o ENEM quer do candidato?
Conheça as cinco competências cobradas pelo Inep na redação:
1. Domínio da escrita formal da língua portuguesa
É avaliado se a redação do participante está adequada às regras de ortografia, como acentuação, ortografia, uso de hífen, emprego de letras maiúsculas e minúsculas e separação silábica. Ainda são analisadas a regência verbal e nominal, concordância verbal e nominal, pontuação, paralelismo, emprego de pronomes e crase.

2. Compreender o tema e não fugir do que é proposto
Avalia as habilidades integradas de leitura e de escrita do candidato. O tema constitui o núcleo das ideias sobre as quais a redação deve ser organizada e é caracterizado por ser uma delimitação de um assunto mais abrangente.

3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista
O candidato precisa elaborar um texto que apresente, claramente, uma ideia a ser defendida e os argumentos que justifiquem a posição assumida em relação à temática da proposta da redação. Trata da coerência e da plausibilidade entre as ideias apresentadas no texto, o que é garantido pelo planejamento prévio à escrita, ou seja, pela elaboração de um projeto de texto.

4. Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação
São avaliados itens relacionados à estruturação lógica e formal entre as partes da redação. A organização textual exige que as frases e os parágrafos estabeleçam entre si uma relação que garanta uma sequência coerente do texto e a interdependência entre as ideias.
Preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais são responsáveis pela coesão do texto porque estabelecem uma inter-relação entre orações, frases e parágrafos. Cada parágrafo será composto por um ou mais períodos também articulados. Cada ideia nova precisa estabelecer relação com as anteriores.

5. Respeito aos direitos humanos
Apresentar uma proposta de intervenção para o problema abordado que respeite os direitos humanos. Propor uma intervenção para o problema apresentado pelo tema significa sugerir uma iniciativa que busque, mesmo que minimamente, enfrentá-lo. A elaboração de uma proposta de intervenção na prova de redação do Enem representa uma ocasião para que o candidato demonstre o preparo para o exercício da cidadania, para atuar na realidade em consonância com os direitos humanos.

Através da leitura das competências pode-se perceber a importância e a necessidade de correlacionar ideias e argumentar através dos conhecimentos que o indivíduo possui, por isso: busquem informações!
Uma forma interessante de ampliar o repertório teórico é estudar por meio de eixos temáticos, através dos quais pode-se utilizar uma informação geral para tratar de um assunto particular.
Exemplo: Eixo temático – CULTURA E COMPORTAMETO
Uma série bastante citada para este eixo é Black Mirror, disponível na Netflix, que traz diversas abordagens sobre tal temática (que podem ser utilizados para ilustrar a introdução de uma redação).

ATIVIDADE
A seguir deixarei alguns nomes de documentários e séries para que vocês escolham pelo menos um para assistir e elaborar um resumo.
Observação: Caso escolham a série, basta resumir um episódio.

Holocausto Brasileiro (2016)
Entre 1930 e 1980, mais de 60 mil pessoas morreram devido ao tratamento que receberam em um hospital psiquiátrico de Barbacena, em Minas Gerais. O Hospital Colônia recebia milhares de pessoas consideradas “loucas”, que foram submetidas a condições desumanas.
O documentário se baseia no livro de mesmo nome, escrito pela jornalista Daniela Arbex.

Ilha das Flores (1989)   

Provavelmente você já se deparou com esse documentário em alguma aula de geografia. A ideia da obra é apresentar críticas sobre como a produção realizada no capitalismo desencadeia desigualdades sociais. 
O documentário mostra todo o processo que envolve um alimento, desde sua produção até seu descarte em um lixão em Porto Alegre, chamado “Ilha das Flores”. Fica nítida também a crítica ao desperdício de comida.

O veneno está na mesa (2011)
O foco do documentário é o excesso de agrotóxicos na agricultura especificamente no Brasil, considerado um dos países com a maior quantidade dessas substâncias nos alimentos. 
A obras conta com diversas entrevista com especialistas no setor e chegou a ganhar uma continuação em 2014, que levanta os mesmos problemas e reflete sobre possíveis alternativas.

Quebrando o tabu (2011)
Com o documentário Quebrando o Tabu, é possível entender melhor a relação da sociedade como um todo com drogas ao redor do mundo. A ideia foi gerar reflexão tanto sobre a política contra as drogas em diversas regiões quanto sobre as possíveis soluções para problemas relacionados ao tema.
Um questionamento levantado na obra, e que dá uma boa ideia do que ele irá abordar, é: “se não conseguimos acabar com as drogas dentro de uma prisão de segurança máxima, como podemos acabar com elas em uma sociedade livre?”.


"Cowspiracy: The Sustainability Secret" (2014)

documentário "Cowspiracy: The Sustainability Secret" (Cowspiracy: O Segredo da Sustentabilidade) foi lançado no final de 2014 e está quebrando paradigmas desde então. Feito por Kip Andersen e Keegan Kuhn, com produção executiva de Leonardo DiCaprio, o filme aborda a importância do veganismo e os impactos da indústria agropecuária por uma perspectiva diferenciada e de denúncia. Ele ataca organizações ambientais de renome como Greenpeace e WWF por sua omissão quanto às consequências do consumo de carne.

Guerras do Brasil (2018)
Esta série documental detalha como o Brasil foi formado por séculos de conflito armado, desde os primeiros conquistadores até a violência nos dias de hoje.

Explicando (2018)
Com o propósito de apresentar e explicar um tema por episódio a série aborda questões como: questão racial pelo viés salarial, monogamia, críquete, eSports , K-Pop, mercado de ações, falência das dietas, vida extraterrestre e criptomoedas. Ou seja, de tudo um pouco.

Black Mirror, uma série desconfortavelmente incrível 

Como um espelho preto. É assim que ficam as telas das TVs, monitores e celulares, quando desligados. E esse é o nome de uma das séries mais apocalípticas e interessantes já escritas [...] em Black Mirror nos reconhecemos; o que vemos ali somos nós, refletidos naqueles contextos; escravos do consumo, linchadores cirtuais, mórbidos espectadores. É isso o que incomoda.
As séries citadas podem ser assistidas através da Netflix

Lembrando que a internet é um vasto mundo, e vocês podem encontrar séries interessantíssimas e materiais muito ricos. Aqui trouxe apenas alguns.

Dúvidas e produções: enviar para camila.miranda23@enova.educacao.ba.gov.br
Até mais!
Rferências:
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/7-documentarios-brasileiros-que-podem-te-ajudar-no-vestibular/

ATIVIDADE 1º ANO - PROF LULA e CAMILA


VAMOS FALAR SOBRE RESENHA...

resenha crítica e o resumo são bastante comuns no dia a dia de quem estuda. Seja no ensino fundamental, seja no ensino médio, em universidades ou em cursos livres, esses gêneros textuais marcam presença.

Resumos são textos que evidenciam os aspectos mais relevantes de determinada obra.

Falamos um pouco sobre resumo na atividade passada!

Resenha
A resenha é um texto que avalia e apresenta o conteúdo de obras já finalizadas, ou seja, é uma análise de determinada produção, seja ela uma obra literária, seja um filme, uma obra de arte, um artigo científico etc.
 É importante destacar que na produção desse conteúdo é preciso fazer uma análise crítica sobre o documento solicitado, sem deixar de mencionar os aspectos positivos e negativos. 
Portanto, a resenha crítica é um texto informativo, mas que contém detalhes opinativos do autor, sendo bastante solicitado na área acadêmica.


Diferença entre resumo e resenha:
O resumo caracteriza-se por ser seletivo, objetivo e isento de comentário/julgamento de quem o produz. Já a resenha crítica, obrigatoriamente, apresenta análises do resenhista.

Uma resenha deve conter os três elementos básicos: introdução, desenvolvimento e conclusão.


Introdução
·         Deve-se deixar claro qual é o objeto que está sendo analisado (um livro? Um filme? Um artigo?, etc).
·         Também é importante contextualizar o assunto sobre o qual se fala, por exemplo, no caso de um livro, deve-se trazer dados como: nome do autor, título, editora, local e ano da publicação e número de páginas.
·         Você também pode argumentar sobre a importância do assunto visando orientar a pessoa que vai ler seu texto.

Desenvolvimento

 

·         Ao desenvolver a resenha deve-se observar as ideias e argumentos principais trazidos na obra.
·         Pode ser feito um breve resumo mais objetivo para facilitar a organização das ideias centrais.
·         O desenvolvimento exige a capacidade de articular as ideias da obra analisada com as do autor da resenha.
·         Você não deve se preocupar em bajular ou atacar diretamente a autoria, mas sim em apresentar argumentos que contextualizem suas ideias.

Conclusão

·         O enfoque da conclusão deverá ser a sua opinião de forma mais direta.
Você pode focar em aspectos como:
  1. Qualidade e originalidade da obra;
  2. Benefícios proporcionados;
  3. Qualidade da linguagem utilizada, ou as dificuldades encontradas;
  4. Se a obra tem fácil acesso;
  5. Pontos mais relevantes e/ou necessários;
  6. Aspectos desnecessários e/ou irrelevantes.

·         Tente se colocar no lugar de quem vai ler para saber investir a sua atenção nos pontos mais importantes.
·         Já que será um texto curto, é melhor que ele tenha informações suficientes e relevantes.

VEJAMOS ALGUNS EXEMPLOS DE RESENHA:
RESENHA DE FILME
Confira a resenha do filme que quebrou barreiras entre o debate social e o audiovisual mainstream.

O início é digno de um conto de fadas:  um pai conta a seu filho a história de sua terra natal, Wakanda, onde cinco tribos viviam em discórdia até se submeterem a um forte guerreiro que possuía os poderes da Pantera Negra, considerada uma espécie de divindade.  E assim, em uma das animações mais bonitas que já vi, o novo filme da Marvel dá partida a uma produção de fotografia linda, cheia de cores e paisagens vivíssimas.
Pantera Negra conta a história de um herói africano que vivia em um país isolado, rodeado por tecnologia avançada. Todavia, após a aparição de um vilão carregado de mágoas e cicatrizes – em todos os sentidos – a segurança da nação é ameaçada.
Mais do que um filme de super-herói, Pantera Negra discute temas importantes que, em geral, ficam reclusos a debates entre os afetados e negligenciados pela sociedade; como o racismo estrutural velado, a emancipação feminina e a ajuda ao outro, colocando sua exposição em jogo. Ryan Coogler dirigiu o filme de forma que tudo isso fosse exibido de forma leve e natural.
Os Panteras Negras dos anos 60 constituíam o partido homônimo que, em tempos de segregação racial nos Estados Unidos, lutavam por seus direitos civis sem justificarem seus meios, leia-se a partir do uso da violência também, inclusive como forma de proteção a atuação agressiva e invasiva da polícia – que, quase 60 anos depois, continua matando mais negros do que brancos. E não é só nos EUA não: no Brasil, a cada 100 mortos, 71 são negros, de acordo com o Atlas da Violência de 2017. Essa herança maldita é traço presente no antagonista do filme, que clamava vingança pelos seus ancestrais e por tudo que os negros sofreram desde o período colonial.
“Jogue-me no oceano com meus antepassados que pularam dos navios, porque sabiam que a morte era melhor do que a escravidão.”
Apesar de contraditório, devido a forte conotação política dos militantes, o filme aborda outras soluções para esses conflitos. De acordo com Wes Machado, estudante de teatro e coordenador geral do Diretório Acadêmico Pagu de Artes da Universidade Anhembi Morumbi, o antagonista, representado por Michael B. Jordan, é na verdade um mero reflexo do sistema; um homem que carrega uma herança histórica e assume uma posição de revolta.
Já era tempo de Hollywood realizar uma produção em que não só a maioria dos atores são negros, como também a maior parte da equipe. É raro ver um filme blockbuster em que alguma minoria ganhe um papel além do coadjuvante engraçado ou marginalizado e estereotipado, mas que ocupe uma posição de protagonismo e, finalmente, de maioria.

RESENHA DE LIVRO
Uma leitura obrigatória para todo estudante que queira prestar vestibular, O Cortiço é um romance escrito por Aluísio de Azevedo (1857-1913), que além de escritor, foi jornalista, caricaturista, diplomata, cronista e pintor. O autor vivia em um contexto histórico no qual o país sofria com um grande crescimento demográfico, que é onde se inicia as construções de cortiços.
Outra característica marcante do final do século XIX foi o fortalecimento da sociedade burguesa, industrial e materialista, e também onde os métodos científicos e as ciências naturais começam a evoluir. E é rodeado deste contexto e destas influências que surge o romance naturalista O Cortiço.
A história se passa em um bairro de periferia da cidade do Rio de Janeiro nos fins do século XIX, e toda a história acontece em torno de várias casinhas precárias e pobres, mais conhecidas como cortiço, que dá o nome à história.
João Romão, a personagem principal, em sua adolescência trabalhava como empregado de um vendeiro, e este mesmo, ao vir a falecer, deixa para seu empregado não só o que lhe devia em quantia como também sua venda com tudo o que havia dentro. Assim, inicia-se a história de João Romão, que se torna o vendeiro mais esperto e astuto da região.
O livro é recheado de personagens e cada uma delas vive um drama diferente. Ele retrata paixões, injustiça social, escravidão velada, os preconceitos à classe social e racial, adultério, homossexualidade, prostituição e destruição da família. E a figura feminina acaba ganhando grande destaque nas histórias mais marcantes da obra. João Romão enriquecia por meio de trabalhos realizados por outros e a grande maioria desses trabalhadores ou colaboradores eram as mulheres que viviam em seu cortiço.
A visão naturalista absoluta da história relata a verdadeira situação da época. A reformulação da sociedade brasileira com o intuito de obter “ordem e progresso”, o crescimento do proletariado e das cidades, e a consolidação do poder da burguesia que lutava contra os operários manifestantes.
Isto fica bem claro no trecho onde João Romão é abordado por um trabalhador que busca melhoria em seu salário: insatisfeito e com conhecimento do crescimento financeiro de João Romão, não aceita ser explorado, visto que o português não mede esforços para conseguir o que deseja, enganando e mentindo caso seja preciso.
A supervalorização do sexo, o desejo sexual e a exploração do homem sobre a mulher ficam bem explícitos nas personagens apresentadas e das mais variadas. Para a época, algo diferente e inusitado, daí temos: Bertoleza uma escrava que pagava mensalmente o que “devia” a seu patrão; Léonie uma prostituta que em determinado momento inicia outra personagem em sua vida de prostituição e homossexualismo; Rita Baiana, uma mulata extrovertida, que vivia nas diversões noturnas; Leocádia, a esposa adúltera; Florinda, a adolescente grávida e sua mãe Marciana, que enlouquece com a situação; entre tantas outras personagens bem características.
O Cortiço de Aluísio Azevedo é apenas um relato do que acontece e como são variados e muitos outros cortiços que existiram e ainda existem, em que o grupo feminino “incendeia e movimenta” o convívio social.
O texto “As marcas da sedução em O Cortiço”, que é uma análise de Luiz Antonio Ferreira, traça bem não só estas características, como também nos chama a atenção para a exploração que existia na sociedade (e ainda hoje), e traça um paralelo entre o poder e as relações sociais, discorrendo sobre as diferentes formas de exploração, observando também que não há respeito pelo ser humano.
Podemos perceber que o desejo de possuir acima de tudo, com o único intuito de acumular para si, utilizando de todos os mecanismos para enriquecer, éticos ou não (caracterizando seu desvio de conduta), é extremamente evidenciado na personagem João Romão. Afastando-se da moral, adquire cada vez mais um caráter doentio.
E o romance termina com uma grande crítica aos movimentos abolicionistas da época, final este que, não contaremos aqui, é claro, mas que vale a pena matar a curiosidade desfrutando de cada trecho desta clássica obra, que infelizmente, ainda reflete muitas disparidades ainda vividas em nossa sociedade.


ATIVIDADE
1)      Leia a resenha crítica abaixo e responda as questões:

O  Poço

Novo filme da Netflix utiliza elementos de horror gore, mas tem muito mais a dizer do que apenas assustar

 Existem três tipos de pessoas. As de cima, as de baixo e as que caem”. Não há melhor frase em O Poço para iniciar a fábula sádica que é o filme. Em tempos que vivemos um distanciamento social, não só por diferenças políticas, mas também pela já conhecida estrutura socioeconômica que afasta cada vez mais a população de um país que batalha por mais igualdade, é de se parabenizar a Netflix por nos dar acesso a uma obra que retrata, de maneira abstrata, nosso mundo de uma maneira tão assustadora quanto atual.
Situado dentro de uma prisão vertical conhecida como O Poço, o longa é protagonizado por Goreng (Ivan Massagué, brilhante no papel), um homem que faz por conta própria a escolha de ir para o local com o intuito de parar de fumar. Lá dentro, ele conhece o velho Trimagasi (Zorion Eguileor), seu “companheiro de cela”. Há meses na prisão, o ancião explica para o jovem como funciona o dia a dia: não há contato com a luz do sol e nem tempo para esticar as pernas e se exercitar do lado de fora. A única ação que ambos têm durante todo o tempo é esperar por uma plataforma de comida que se move para baixo entre os andares todos os dias. Como Goreng e Trimagasi estão no nível 48 do Poço, eles precisam aguardar que os dois presos em cada um dos 47 níveis acima se alimentem até que os restos cheguem ao seu andar.
Preparado no nível zero, o luxuoso banquete fica em todos os níveis por apenas dois minutos antes de descer para o próximo. Nenhum preso pode segurar restos consigo, com o perigo de receber punição. Conforme o tempo passa, Trimagasi explica para o protagonista que nem sempre eles terão com o que se alimentar e que os presos dos andares de cima pouco se importam com quem está abaixo. O único alento, e também o maior medo de quem vive no Poço, é que a cada 30 dias as duplas trocam de lugar aleatoriamente. Quem está no nível um pode ir parar no 147, e quem está no 147 pode ir para o nível um. Essa dinâmica força com que todos os presos passem pelas mais diferentes situações, o que em alguns casos pode significar atingir o limite que um ser humano pode chegar ao tentar manter a sanidade passando muita fome.
Mesmo em sua estreia como diretor de longa-metragem, Galder Gaztelu-Urrutia surpreende com uma narrativa que usa elementos de filme de horror gore para dissecar a estrutura socioeconômica que vivemos perante o capitalismo. É uma metáfora sobre os terrores desse sistema, onde cada indivíduo se debulha durante o seu tempo no topo, enquanto as massas invisíveis no fundo se comem vivas.
Durante sua experiência, Goreng percebe que ninguém é beneficiado na prisão, mas quase todos resistem obstinadamente às mudanças, incentivando cada indivíduo a comer o máximo que puder enquanto estiver em situação favorável. Nem mesmo o conselho de Imoguiri (Antonia San Juan), uma de suas companheiras, abre os olhos do protagonista em meio ao caos. “Somente uma solidariedade espontânea pode trazer mudanças”, ele escuta. Se todos se alimentassem com o que apenas foi reservado para si, haveria comida para todos. Mas como fazer essa mensagem ser notada quando quem tem em abundância apenas quer mais, enquanto os que não têm nada vão se transformando em canibais?
Mesmo que sua mensagem seja mais parecida com o que observamos em filmes como Parasita e O Expresso do Amanhã, de Bong Joon Ho, e Você Não Estava Aqui, de Ken Loach, Urrutia não se contém na hora de chocar em cenas que deixariam qualquer fã da franquia Jogos Mortais orgulhoso.
De fato, O Poço é um filme de terror com muito mais a dizer do que apenas assustar. Há uma eficiência brutal na narrativa, impulsionando-nos rapidamente para cima e para baixo do prédio vertical, forçando-nos a testemunhar muitos horrores. Requer um estômago forte, especialmente quando vemos o que acontece nos níveis mais baixos, mas o fato de existir uma ideia maior faz com que a trama continue a evoluir à medida que o filme avança. Por mais que seja sombrio, o longa se move com uma velocidade tão feroz que nos deixa ofegantes quando compreendemos quão ruim as coisas podem ficar.
O final ambíguo pode não satisfazer por não parecer o que muitos estavam esperando – e nem deveria. Para um filme que retrata de maneira grotesca a opressão do sistema em que vivemos, ainda há momentos de alívio. O Poço é uma produção escapista para quem quer se sentir imerso dentro de uma ficção de qualidade, mesmo que suas loucuras sejam tão incrivelmente parecidas com a nossa realidade.

Questões:
a)    Você conseguiu compreender o tema abordado na resenha?
b)    Considera que foi uma leitura fácil? Justifique sua resposta
c)    Qual é o assunto abordado no filme?
d)    Através da leitura da resenha, é possível dizer de que forma o filme critica a sociedade?
e)    Qual é o objetivo do filme?
f)     Qual é objetivo do texto?
g)    A que tipo de público o filme se dirige?
h)    Você ficou curioso para assistir ao filme? Justifique.
i)      No texto é possível identificar informações técnicas do filme. Responda: Quem foi o diretor da obra? em que plataforma digitaL o filme pode ser encontrado? Por quem o longa metragem é protagonizado? A que outros filmes o texto compara “O Poço”?
2)    Elabore uma resenha crítica do último filme que você assistiu.
Referências:
PACHECO, Mariana do Carmo. "Diferenças entre resenha crítica e resumo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/diferencas-entre-resenha-critica-resumo.htm. Acesso em 17 de maio de 2020.
https://falauniversidades.com.br/resenha-pantera-negra/

Técnicas de Redação - Prof. LULA 3º A e B (mat. ) 3º A (Vesp) REGULAR


Colégio Estadual José Ribeiro Pamponet

Professor= Luiz Carlos Fernandes Maciel (LULA)

Técnicas de Redação

TURMAS: 3º A, B (matutino)    3º A Vesp.    REGULAR


            O Texto dissertativo-argumentativo

01. Complete as frases NUCLEARES utilizando argumentos interessantes e plausíveis que dê sentido ao texto dissertativo.
Obs: Para cada frase será desenvolvido por um parágrafo argumentativo ( Mínimo 04 linhas) Vamos lá!!!
a) A convivência entre gerações sempre tende a gerar conflitos e atitudes negativas, pois... _________________________
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b) A fixação pela vida virtual é uma peculiaridade do jovem moderno. O que faz a juventude viver isolada e vidrada na internet é... _____________________________________________________
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c) Os adolescentes estão iniciando a sua vida sexual cada vez mais cedo. Isso pode ser considerado devido ao...____________________________________________________________
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d) A base social do ser humano, sem sombra de dúvida, é a família. Nela o homem aprende a...___________________________
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e) O meio ambiente sofre com a ação cada vez mais desordenada do homem. Isso geralmente é causado pela...
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f) A violência urbana e também no campo se alastra como uma erva daninha. As principais causas desse problema são...
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g) A classe política brasileira não goza de muito prestígio junto à população. Isso se deve por conta da...
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segunda-feira, 4 de maio de 2020

Redação – 3º ANO - Prof. Luiz Carlos Fernandes Maciel (LULA)

Colégio Estadual José Ribeiro Pamponet
Prof. Luiz Carlos Fernandes Maciel (LULA)
Redação – 3º ANO

Gênero textual

Editorial
O editorial é um texto argumentativo que expressa a opinião de um jornal ou de uma revista sobre um assunto atual. Em geral, não apresenta assinatura, é escrito em 3ª pessoa e sua linguagem é formal.
Leia o editorial a seguir.
Internet sob censura?
Atende pelo nome de Anteprojeto do Marco Civil da Internet a proposta de regulamentação do conteúdo na web que vem sendo elaborada nos gabinetes do Ministério da Justiça. E nele um perigoso precedente – resgatando o velho cacoete de governos latinos de buscar controlar as comunicações – corre o risco de ser validado. A nova investida contra a liberdade de expressão e comunicação está configurada em algumas das regras do texto em estudo. A contar, por exemplo, o mecanismo de notificação eletrônica que permite a qualquer um que se sinta atingido por publicações na rede o poder de requerer o bloqueio de conteúdos. O provedor ou site que não atender ou não tomar providências nesse sentido após ser notificado terá de arcar com eventuais prejuízos – morais ou financeiros – da pessoa ou grupo que se considere atingido. Na prática, fica estabelecido dentro do ambiente da internet o conceito de que interesses não podem ser contrariados. Um princípio por si só antidemocrático e inconstitucional por ferir o livre trânsito de informação e por limitar o papel do veículo internet de promotor de discussões amplas, plurais e não controladas. O agravante é que a notificação eletrônica funcionaria como um dispositivo de ação imediata, antes mesmo do julgamento do mérito nos tribunais de Justiça. Na prática, a remoção antecipada de conteúdo repete na rede o equívoco da
concessão de direitos de resposta automáticos, sem a sentença final na última instância. Há
naturalmente caminhos mais efetivos, via medidas legais previstas na Carta Magna, para
aqueles que, sentindo-se prejudicados por difamação, distorção ou erro, busquem a defesa
dos seus direitos. Tentar eliminar o confronto de ideias no ambiente da web é trabalhar
pelo pensamento único e dirigido. E, decerto, é o que pode acontecer com a aprovação desse
instrumento. O anteprojeto ministerial deve ser concluído até o final de maio e segue
depois para análise e votação no Congresso. A sociedade civil organizada deve e precisa se
manifestar antes que essa ameaça siga adiante.
Carlos José Marques, Isto é
São Paulo, 5 de maio de 2010.

01. O EDITORIAL é também um texto argumentativo, como o artigo de opinião, a carta do
leitor, a carta aberta e outros gêneros textuais.

a) em geral, o editorial expressa a opinião de um jornal ou de um revista sobre um fato
polêmico. Qual é o fato analisado no editorial em pauta?
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b) Por que esse projeto causou polêmica na imprensa?
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02. O editorial, habitualmente, não apresenta assinatura, porque a responsabilidade do
conteúdo é da equipe que edita o jornal ou a revista.
a) O editorial em estudo foi assinado. Qual seria o motivo?
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b) Na verdade, ao assinar o editorial, o editor-chefe representa a opinião de toda a equipe.
Nesse caso, explique por que há diferença entre o editorial e o artigo de opinião quanto à
assinatura.
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03. A INTRODUÇÃO, que corresponde, em geral, ao 1º parágrafo e apresenta o assunto do
texto, vai do início do editorial até o fim da 2ª frase: “CORRE O RISCO DE SER
VALIDADO”. Qual é o ponto de vista defendido sobre o assunto?
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04. No DESENVOLVIMENTO que vai da 3ª frase até o final da 9ª
(“sem a sentença final na última instância”), são apresentados ARGUMENTOS que
fundamentam a TESE.
a) segundo a argumentação do autor, como é possível perceber a decisão de regular a
liberdade de comunicação?
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b) Como essa regra eliminaria qualquer possibilidade de o provedor ou site não seguir essa
determinação?
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c) A que conclusão o autor chegou sobre essa ação?
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05. Dando continuidade ao desenvolvimento, o autor reforça seus argumentos de que a
notificação eletrônica pode complicar ainda mais a situação do provedor.
a) Que argumentos ele apresenta na defesa de suas opiniões?
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b) De que modo ele analisa esse bloqueio imediato de conteúdos na internet, sem nenhum
julgamento?
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06. A CONCLUSÂO do editorial vai da 10ª frase (“Há naturalmente caminhos mais
efetivos”) até o final do texto.
a) Quase sempre essa parte apresenta uma síntese das idéias expostas, para reforçar a
tese ou lançar novos questionamentos. Qual desses recursos foi empregado No editorial em
estudo?
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b) O que o autor parece temer e, por isso, alerta os leitores a expor suas opiniões sobre
esse anteprojeto?
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07. O editorial é publicado em uma seção específica de jornal ou revista.
a) No texto, há o emprego da variedade padrão da língua ou de alguma variedade popular?
Esclareça sua resposta.
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b) Qual é o tempo verbal predominante e a pessoa empregada Explique por que se usou essa
pessoa verbal.
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