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domingo, 17 de maio de 2020

ATIVIDADE 1º ANO - PROF LULA e CAMILA


VAMOS FALAR SOBRE RESENHA...

resenha crítica e o resumo são bastante comuns no dia a dia de quem estuda. Seja no ensino fundamental, seja no ensino médio, em universidades ou em cursos livres, esses gêneros textuais marcam presença.

Resumos são textos que evidenciam os aspectos mais relevantes de determinada obra.

Falamos um pouco sobre resumo na atividade passada!

Resenha
A resenha é um texto que avalia e apresenta o conteúdo de obras já finalizadas, ou seja, é uma análise de determinada produção, seja ela uma obra literária, seja um filme, uma obra de arte, um artigo científico etc.
 É importante destacar que na produção desse conteúdo é preciso fazer uma análise crítica sobre o documento solicitado, sem deixar de mencionar os aspectos positivos e negativos. 
Portanto, a resenha crítica é um texto informativo, mas que contém detalhes opinativos do autor, sendo bastante solicitado na área acadêmica.


Diferença entre resumo e resenha:
O resumo caracteriza-se por ser seletivo, objetivo e isento de comentário/julgamento de quem o produz. Já a resenha crítica, obrigatoriamente, apresenta análises do resenhista.

Uma resenha deve conter os três elementos básicos: introdução, desenvolvimento e conclusão.


Introdução
·         Deve-se deixar claro qual é o objeto que está sendo analisado (um livro? Um filme? Um artigo?, etc).
·         Também é importante contextualizar o assunto sobre o qual se fala, por exemplo, no caso de um livro, deve-se trazer dados como: nome do autor, título, editora, local e ano da publicação e número de páginas.
·         Você também pode argumentar sobre a importância do assunto visando orientar a pessoa que vai ler seu texto.

Desenvolvimento

 

·         Ao desenvolver a resenha deve-se observar as ideias e argumentos principais trazidos na obra.
·         Pode ser feito um breve resumo mais objetivo para facilitar a organização das ideias centrais.
·         O desenvolvimento exige a capacidade de articular as ideias da obra analisada com as do autor da resenha.
·         Você não deve se preocupar em bajular ou atacar diretamente a autoria, mas sim em apresentar argumentos que contextualizem suas ideias.

Conclusão

·         O enfoque da conclusão deverá ser a sua opinião de forma mais direta.
Você pode focar em aspectos como:
  1. Qualidade e originalidade da obra;
  2. Benefícios proporcionados;
  3. Qualidade da linguagem utilizada, ou as dificuldades encontradas;
  4. Se a obra tem fácil acesso;
  5. Pontos mais relevantes e/ou necessários;
  6. Aspectos desnecessários e/ou irrelevantes.

·         Tente se colocar no lugar de quem vai ler para saber investir a sua atenção nos pontos mais importantes.
·         Já que será um texto curto, é melhor que ele tenha informações suficientes e relevantes.

VEJAMOS ALGUNS EXEMPLOS DE RESENHA:
RESENHA DE FILME
Confira a resenha do filme que quebrou barreiras entre o debate social e o audiovisual mainstream.

O início é digno de um conto de fadas:  um pai conta a seu filho a história de sua terra natal, Wakanda, onde cinco tribos viviam em discórdia até se submeterem a um forte guerreiro que possuía os poderes da Pantera Negra, considerada uma espécie de divindade.  E assim, em uma das animações mais bonitas que já vi, o novo filme da Marvel dá partida a uma produção de fotografia linda, cheia de cores e paisagens vivíssimas.
Pantera Negra conta a história de um herói africano que vivia em um país isolado, rodeado por tecnologia avançada. Todavia, após a aparição de um vilão carregado de mágoas e cicatrizes – em todos os sentidos – a segurança da nação é ameaçada.
Mais do que um filme de super-herói, Pantera Negra discute temas importantes que, em geral, ficam reclusos a debates entre os afetados e negligenciados pela sociedade; como o racismo estrutural velado, a emancipação feminina e a ajuda ao outro, colocando sua exposição em jogo. Ryan Coogler dirigiu o filme de forma que tudo isso fosse exibido de forma leve e natural.
Os Panteras Negras dos anos 60 constituíam o partido homônimo que, em tempos de segregação racial nos Estados Unidos, lutavam por seus direitos civis sem justificarem seus meios, leia-se a partir do uso da violência também, inclusive como forma de proteção a atuação agressiva e invasiva da polícia – que, quase 60 anos depois, continua matando mais negros do que brancos. E não é só nos EUA não: no Brasil, a cada 100 mortos, 71 são negros, de acordo com o Atlas da Violência de 2017. Essa herança maldita é traço presente no antagonista do filme, que clamava vingança pelos seus ancestrais e por tudo que os negros sofreram desde o período colonial.
“Jogue-me no oceano com meus antepassados que pularam dos navios, porque sabiam que a morte era melhor do que a escravidão.”
Apesar de contraditório, devido a forte conotação política dos militantes, o filme aborda outras soluções para esses conflitos. De acordo com Wes Machado, estudante de teatro e coordenador geral do Diretório Acadêmico Pagu de Artes da Universidade Anhembi Morumbi, o antagonista, representado por Michael B. Jordan, é na verdade um mero reflexo do sistema; um homem que carrega uma herança histórica e assume uma posição de revolta.
Já era tempo de Hollywood realizar uma produção em que não só a maioria dos atores são negros, como também a maior parte da equipe. É raro ver um filme blockbuster em que alguma minoria ganhe um papel além do coadjuvante engraçado ou marginalizado e estereotipado, mas que ocupe uma posição de protagonismo e, finalmente, de maioria.

RESENHA DE LIVRO
Uma leitura obrigatória para todo estudante que queira prestar vestibular, O Cortiço é um romance escrito por Aluísio de Azevedo (1857-1913), que além de escritor, foi jornalista, caricaturista, diplomata, cronista e pintor. O autor vivia em um contexto histórico no qual o país sofria com um grande crescimento demográfico, que é onde se inicia as construções de cortiços.
Outra característica marcante do final do século XIX foi o fortalecimento da sociedade burguesa, industrial e materialista, e também onde os métodos científicos e as ciências naturais começam a evoluir. E é rodeado deste contexto e destas influências que surge o romance naturalista O Cortiço.
A história se passa em um bairro de periferia da cidade do Rio de Janeiro nos fins do século XIX, e toda a história acontece em torno de várias casinhas precárias e pobres, mais conhecidas como cortiço, que dá o nome à história.
João Romão, a personagem principal, em sua adolescência trabalhava como empregado de um vendeiro, e este mesmo, ao vir a falecer, deixa para seu empregado não só o que lhe devia em quantia como também sua venda com tudo o que havia dentro. Assim, inicia-se a história de João Romão, que se torna o vendeiro mais esperto e astuto da região.
O livro é recheado de personagens e cada uma delas vive um drama diferente. Ele retrata paixões, injustiça social, escravidão velada, os preconceitos à classe social e racial, adultério, homossexualidade, prostituição e destruição da família. E a figura feminina acaba ganhando grande destaque nas histórias mais marcantes da obra. João Romão enriquecia por meio de trabalhos realizados por outros e a grande maioria desses trabalhadores ou colaboradores eram as mulheres que viviam em seu cortiço.
A visão naturalista absoluta da história relata a verdadeira situação da época. A reformulação da sociedade brasileira com o intuito de obter “ordem e progresso”, o crescimento do proletariado e das cidades, e a consolidação do poder da burguesia que lutava contra os operários manifestantes.
Isto fica bem claro no trecho onde João Romão é abordado por um trabalhador que busca melhoria em seu salário: insatisfeito e com conhecimento do crescimento financeiro de João Romão, não aceita ser explorado, visto que o português não mede esforços para conseguir o que deseja, enganando e mentindo caso seja preciso.
A supervalorização do sexo, o desejo sexual e a exploração do homem sobre a mulher ficam bem explícitos nas personagens apresentadas e das mais variadas. Para a época, algo diferente e inusitado, daí temos: Bertoleza uma escrava que pagava mensalmente o que “devia” a seu patrão; Léonie uma prostituta que em determinado momento inicia outra personagem em sua vida de prostituição e homossexualismo; Rita Baiana, uma mulata extrovertida, que vivia nas diversões noturnas; Leocádia, a esposa adúltera; Florinda, a adolescente grávida e sua mãe Marciana, que enlouquece com a situação; entre tantas outras personagens bem características.
O Cortiço de Aluísio Azevedo é apenas um relato do que acontece e como são variados e muitos outros cortiços que existiram e ainda existem, em que o grupo feminino “incendeia e movimenta” o convívio social.
O texto “As marcas da sedução em O Cortiço”, que é uma análise de Luiz Antonio Ferreira, traça bem não só estas características, como também nos chama a atenção para a exploração que existia na sociedade (e ainda hoje), e traça um paralelo entre o poder e as relações sociais, discorrendo sobre as diferentes formas de exploração, observando também que não há respeito pelo ser humano.
Podemos perceber que o desejo de possuir acima de tudo, com o único intuito de acumular para si, utilizando de todos os mecanismos para enriquecer, éticos ou não (caracterizando seu desvio de conduta), é extremamente evidenciado na personagem João Romão. Afastando-se da moral, adquire cada vez mais um caráter doentio.
E o romance termina com uma grande crítica aos movimentos abolicionistas da época, final este que, não contaremos aqui, é claro, mas que vale a pena matar a curiosidade desfrutando de cada trecho desta clássica obra, que infelizmente, ainda reflete muitas disparidades ainda vividas em nossa sociedade.


ATIVIDADE
1)      Leia a resenha crítica abaixo e responda as questões:

O  Poço

Novo filme da Netflix utiliza elementos de horror gore, mas tem muito mais a dizer do que apenas assustar

 Existem três tipos de pessoas. As de cima, as de baixo e as que caem”. Não há melhor frase em O Poço para iniciar a fábula sádica que é o filme. Em tempos que vivemos um distanciamento social, não só por diferenças políticas, mas também pela já conhecida estrutura socioeconômica que afasta cada vez mais a população de um país que batalha por mais igualdade, é de se parabenizar a Netflix por nos dar acesso a uma obra que retrata, de maneira abstrata, nosso mundo de uma maneira tão assustadora quanto atual.
Situado dentro de uma prisão vertical conhecida como O Poço, o longa é protagonizado por Goreng (Ivan Massagué, brilhante no papel), um homem que faz por conta própria a escolha de ir para o local com o intuito de parar de fumar. Lá dentro, ele conhece o velho Trimagasi (Zorion Eguileor), seu “companheiro de cela”. Há meses na prisão, o ancião explica para o jovem como funciona o dia a dia: não há contato com a luz do sol e nem tempo para esticar as pernas e se exercitar do lado de fora. A única ação que ambos têm durante todo o tempo é esperar por uma plataforma de comida que se move para baixo entre os andares todos os dias. Como Goreng e Trimagasi estão no nível 48 do Poço, eles precisam aguardar que os dois presos em cada um dos 47 níveis acima se alimentem até que os restos cheguem ao seu andar.
Preparado no nível zero, o luxuoso banquete fica em todos os níveis por apenas dois minutos antes de descer para o próximo. Nenhum preso pode segurar restos consigo, com o perigo de receber punição. Conforme o tempo passa, Trimagasi explica para o protagonista que nem sempre eles terão com o que se alimentar e que os presos dos andares de cima pouco se importam com quem está abaixo. O único alento, e também o maior medo de quem vive no Poço, é que a cada 30 dias as duplas trocam de lugar aleatoriamente. Quem está no nível um pode ir parar no 147, e quem está no 147 pode ir para o nível um. Essa dinâmica força com que todos os presos passem pelas mais diferentes situações, o que em alguns casos pode significar atingir o limite que um ser humano pode chegar ao tentar manter a sanidade passando muita fome.
Mesmo em sua estreia como diretor de longa-metragem, Galder Gaztelu-Urrutia surpreende com uma narrativa que usa elementos de filme de horror gore para dissecar a estrutura socioeconômica que vivemos perante o capitalismo. É uma metáfora sobre os terrores desse sistema, onde cada indivíduo se debulha durante o seu tempo no topo, enquanto as massas invisíveis no fundo se comem vivas.
Durante sua experiência, Goreng percebe que ninguém é beneficiado na prisão, mas quase todos resistem obstinadamente às mudanças, incentivando cada indivíduo a comer o máximo que puder enquanto estiver em situação favorável. Nem mesmo o conselho de Imoguiri (Antonia San Juan), uma de suas companheiras, abre os olhos do protagonista em meio ao caos. “Somente uma solidariedade espontânea pode trazer mudanças”, ele escuta. Se todos se alimentassem com o que apenas foi reservado para si, haveria comida para todos. Mas como fazer essa mensagem ser notada quando quem tem em abundância apenas quer mais, enquanto os que não têm nada vão se transformando em canibais?
Mesmo que sua mensagem seja mais parecida com o que observamos em filmes como Parasita e O Expresso do Amanhã, de Bong Joon Ho, e Você Não Estava Aqui, de Ken Loach, Urrutia não se contém na hora de chocar em cenas que deixariam qualquer fã da franquia Jogos Mortais orgulhoso.
De fato, O Poço é um filme de terror com muito mais a dizer do que apenas assustar. Há uma eficiência brutal na narrativa, impulsionando-nos rapidamente para cima e para baixo do prédio vertical, forçando-nos a testemunhar muitos horrores. Requer um estômago forte, especialmente quando vemos o que acontece nos níveis mais baixos, mas o fato de existir uma ideia maior faz com que a trama continue a evoluir à medida que o filme avança. Por mais que seja sombrio, o longa se move com uma velocidade tão feroz que nos deixa ofegantes quando compreendemos quão ruim as coisas podem ficar.
O final ambíguo pode não satisfazer por não parecer o que muitos estavam esperando – e nem deveria. Para um filme que retrata de maneira grotesca a opressão do sistema em que vivemos, ainda há momentos de alívio. O Poço é uma produção escapista para quem quer se sentir imerso dentro de uma ficção de qualidade, mesmo que suas loucuras sejam tão incrivelmente parecidas com a nossa realidade.

Questões:
a)    Você conseguiu compreender o tema abordado na resenha?
b)    Considera que foi uma leitura fácil? Justifique sua resposta
c)    Qual é o assunto abordado no filme?
d)    Através da leitura da resenha, é possível dizer de que forma o filme critica a sociedade?
e)    Qual é o objetivo do filme?
f)     Qual é objetivo do texto?
g)    A que tipo de público o filme se dirige?
h)    Você ficou curioso para assistir ao filme? Justifique.
i)      No texto é possível identificar informações técnicas do filme. Responda: Quem foi o diretor da obra? em que plataforma digitaL o filme pode ser encontrado? Por quem o longa metragem é protagonizado? A que outros filmes o texto compara “O Poço”?
2)    Elabore uma resenha crítica do último filme que você assistiu.
Referências:
PACHECO, Mariana do Carmo. "Diferenças entre resenha crítica e resumo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/diferencas-entre-resenha-critica-resumo.htm. Acesso em 17 de maio de 2020.
https://falauniversidades.com.br/resenha-pantera-negra/

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